|
![]() |
![]()
![]() Wolff, Egon e Frieda ![]() Historiadores Obrigados a deixar a Alemanha por causa do antisemitismo, Egon e Frieda Wolff atravessaram a pé a fronteira com a Tchecoslováquia em fins de 1935. Em Praga, receberam passaportes como refugiados e desembarcaram no porto de Santos em 12 de fevereiro de 1936. Ambos egressos da Universidade de Berlim, instalaram-se em São Paulo, onde trabalharam no comércio como tradutores para inglês, francês, alemão e português e prosperaram no ramo ótico. Mais tarde, mudaram-se para o Rio, onde prosseguiram no mesmo ramo e participaram de atividades comunitárias, com Egon tendo sido presidente do Hospital Israelita. Segundo seu próprio testemunho, não participaram de organizações antifascistas, mas sim da Congregação Israelita Paulista, fundada em 1936 e não mantiveram mais contato com sua antiga pátria. “Desde a noite dos cristais em 1938 não lemos mais nenhum jornal ou livro em língua alemã, não pisamos solo alemão e não aceitamos nenhuma indenização”, escreveu o casal em carta a Izabela Kestler. Na década de 1960, “a curiosidade sobre a imigração de judeus para o Brasil e a falta de respostas satisfatórias” (palavras de dona Frieda) levaram o casal a deixar as outras atividades e mergulhar na pesquisa. Incansáveis viajantes, começaram pela Biblioteca Nacional, continuaram no Arquivo Nacional e percorreram cemitérios, judaicos ou não, espalhados por todo o país, anotando nomes, datas e genealogias. Fizeram centenas de entrevistas, compararam milhares de páginas. Foi assim que descobriram preciosidades como as lápides judaicas de Vassouras, que passaram a ser monumento histórico do século passado e hoje fazem parte do circuito turístico da cidade. São vários os livros de referência de autoria do casal: Judeus no Brasil Imperial, São Paulo, 1975; Judeus nos primórdios do Brasil República, Rio de Janeiro, 1981; e Participação e Contribuição dos Judeus ao Desenvolvimento do Brasil, Rio de Janeiro, 1985. Fonte: Izabela Maria Furtado Kestler, Exílio e Literatura. São Paulo: Edusp, 2003; e Museu Judaico do Rio de Janeiro. ![]() |