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![]() Lieblich, Karl ![]() Advogado, escritor Lieblich trabalhou como advogado em Stuttgart e escrevia críticas teatrais para o jornal Münchner Neueste Nachrichten, tendo publicado as novelas Die Traumfahrer (Jena, 1923); Die Welt erbraust (Jena, 1924); Das Wiedersehn (Tübingen, 1918), e Die Pest in Stuttgart (Tübingen, 1920), além de uma peça teatral Das proletarische Brautpaar. Ein Volksheld in Prosa (Jena, 1926). Em 1931 e em 1932, publicou dois livros que tiveram grande repercussão: Wir jungen Juden. Drei Untersuchungen zur jüdischen Frage (Nós jovens judeus. Três ensaios sobre a questão judaica, onde Lieblich reage ao novo ressurgimento do anti-semitismo com a proposta de uma “nação interterritorial” dos judeus, culturalmente soberana) e Was geschieht mit den Juden? Öffentliche Frage an Adolf Hitler (O que acontecerá com os judeus? Questionamos publicamente Adolf Hitler). As duas obras foram proibidas e queimadas no Terceiro Reich. A criação da Liga para um novo judaísmo acompanhou o propósito combativo desses dois livros. Em 1933 Lieblich foi proibido de escrever e um ano mais tarde foi proibido de exercer sua profissão. Em 1937, Lieblich aprendeu o ofício de gráfico em Basiléia. No mesmo ano, emigrou para Nova York, e em seguida, com um visto de turista, para o Brasil. Importou da Alemanha máquinas para instalar uma gráfica no Brasil. Sua mulher Olga e quase todas as filhas – com exceção de uma, que foi para a Suíça - vieram em 1938. Em São Paulo, onde a família fixou residência, Karl Lieblich fundou uma gráfica. Alguns anos mais tarde, vendeu as máquinas e abriu uma firma de importação e exportação, mas continuou escrevendo poesias e novelas, mesmo sem perspectiva de publicá-las. Segundo Olga Lieblich é pouco provável que um poema ou uma novela tenham sido publicados no Brasil. Os contos e novelas - escritos em geral na primeira pessoa - relatam em estilo de crônica experiências pessoais, como por exemplo Die Mulattenhochzeit, 30 Contos. Eine Geschichte aus Brasilien e Denkmal des Brasilianers Antonio Coutinho, des Nichtbettlers ou então narram histórias de amor em estilo romântico como, por exemplo, Sie kam aus Argentinien. Brasilianische Novelle. Em seu espólio no arquivo literário de Marbach há uma série de poemas, infelizmente sem data, esboços para dramas e textos autobiográficos. Nos textos reconhecidamente produzidos no Brasil, Lieblich não passa do plano das memórias ou da crônica de costumes para um nível literário mais exigente. Assim como outros escritores, Lieblich, que poderia eventualmente ter alcançado um sucesso modesto na Alemanha, ressentiu-se, no exílio, da perda do ambiente literário e da língua, e não se destacou nem como advogado, nem como escritor. “Meu marido teve grandes dificuldades (...) Ele também não dominava muito bem o português”, contou a mulher, Olga, em entrevista a Izabela Kestler. Como, em seu caso, não existiam condições para uma integração bem-sucedida e como tinha saudades de Stuttgart, Lieblich voltou para sua antiga pátria. Depois de várias viagens, entre 1948 e 1957, retornou definitivamente com sua esposa em 1958, mas sofreu o destino de muitos dos que retornaram: não conhecia praticamente mais ninguém. Fonte: Izabela Maria Furtado Kestler, Exílio e Literatura,São Paulo: Edusp, 2003;http://de.wikipedia.org/wiki/Karl_Lieblich https://gardez.de/htm-dateien/biographien/veran_lieblich.htm. ![]() |