Lembro de um livro que me seduziu aos meus dezessete anos: as memórias de Zweig. Todo ele é a grande dor das coisas que passaram... Li as memórias de Churchill, texto de grande escritor, e as de Gandhi, inferiores. Mas nenhum me atraiu e cativou como essas memórias de Stefan Zweig: O mundo que eu vi... Por quê? Porque eu, visceralmente escritor, esteta, me encontrava em Zweig. A extrema fragilidade desse homem comovia-me. São, as dele, as memórias da belle époque, uma despedida, um adeus. (in: O nariz do morto. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2006.)