CANTO DOS EXILADOS

de Fiori, Ernesto


Escultor, pintor e desenhista
Roma, Itália, 1884 - São Paulo SP, 1945
No Brasil, de 1936 a 1945


Cenas urbanas de São Paulo - ruas angulosas, árvores e transeuntes solitários e apressados, arranha-céus, chaminés, avenidas ou igrejas ao fundo: a presença de Ernesto de Fiori em São Paulo, no fim da década de 1930 e começo dos anos 1940, abriu novos horizontes no panorama nacional das artes. Sua pintura, figurativa, porém gestual e livre, marcou a produção de muitos outros artistas importantes. Nascido em Roma, Ernesto de Fiori mudou-se para Munique aos 19 anos, onde estudou com Gabriel von Hackl na Academia de Artes Plásticas. Entre 1911 e 1914, morou em Paris, onde fez suas primeiras esculturas e frequentava os ambientes de artistas, colecionadores e intelectuais. Em 1915, um ano após ser detido na França como espião, alista-se no exército alemão e atua como correspondente de um periódico italiano e depois como soldado. Em 1917, avesso ao combate, abandona o serviço militar e vai para Zurique. Entre 1918 e 1919, desenrola-se uma polêmica entre o artista e o grupo dadaísta, por divergências sobre o conceito de arte. Para o artista, não há arte nova sem referência do passado. De Fiori se opõe a todo movimento que propõem o rompimento com a arte precedente. Em 1936, vem para o Brasil, instalando-se em São Paulo. Escreve artigos para jornais das colônias alemã e italiana e, mais tarde, para O Estado de S. Paulo. Em 1938, participa do Programa de Integração das Artes do Ministério da Educação e Saúde.