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![]() Hoffmann-Harnisch, Wolfgang ![]() Diretor de theatro e autor Frankfurt (Oder), 13.5. 1893 – Bonn, 6.1. 1965 In Brazil, from 1939 to 1951 Wolfgang Hoffmann-Harnisch era um diretor de teatro conhecido na Alemanha, tendo trabalhado, por exemplo, de 1927 a 1936 em Berlim, no Teatro Alemão com Max Reinhardt e no teatro estadual. Em 1936 voou para o Brasil com o Graf Zeppelin, por incumbência da revista “Berliner Illustrierte”. O resultado dessa viagem foi a obra ”Brasilien, ein tropisches Großreich”, publicada em 1938 em Hamburgo. De acordo com as informações de Wolf Harnisch, também ator, Hoffmann-Harnisch decidiu exilar-se porque tanto ele como filho eram perseguidos pelos nazistas. ”Meu pai e eu fomos presos diversas vezes.” Hoffmann-Harnisch, sua mulher e sua filha viajaram em primeiro lugar para o Chile. Depois de um meio ano eles conseguiram em seguida um visto para o Brasil e foram em setembro 1938 para o Brasil. O filho veio na primavera de 1939. No início moraram com amigos em São Paulo e depois mudaram para uma moradia própria. Em dezembro 1939 a família seguiu de automóvel para Porto Alegre onde, segundo Harnisch, conheciam o interventor do estado. Foi provavelmente em virtude desse contato que surgiu o livro sobre o estado do Rio Grande do Sul, assim como o livrinho publicado por Harnisch, “Porto Alegre, o retrato de uma cidade”, bem como curta-metragem de mesmo nome exibido em todo o Brasil antes do filme principal. Em 1941 a família Hoffmann-Harnisch se mudou para o Rio de Janeiro. “No Rio de Janeiro existia uma situação curiosa. A língua alemã era proibida. Não era permitido sequer falar alemão na rua. Assim não era possível fazer teatro alemão.” Não há nenhuma informação sobre as atividades que Hoffmann-Harnisch desenvolveu durante esses anos. A atividade teatral de Hoffmann-Harnisch só começou após a guerra. Político ativo foi aos “Alemães Livres” no Rio de Janeiro e mais tarde na associação dos social-democratas alemães no Brasil. Hoffmann-Harnisch tinha como principal objetivo, tanto no que se refere à atividade política, quanto à atividade teatral, influenciar a colônia alemã já estabelecida. Ele e seu amigo Fraenkel pretendiam, entre outros objetivos, conduzir a colônia alemã nacionalista e conservadora para uma linha socialdemocrata, através de um novo jornal alemão. O objetivo futuro dessa “doutrinação” seria, segundo Hoffmann-Harnisch, assumir a “liderança” da colônia alemã. Os planos audaciosos que apresentou à direção da Associação operária de beneficência junto com Fraenkel, não foram aceitos por outros social-democratas da organização. Disso resultou a exclusão dos dois da organização, que levantou contra eles a objeção de que suas declarações e atos representavam uma tentativa de insinuar-se junto aos círculos nacionalistas alemães, o que era incompatível com a linha política da social-democracia. Os demais companheiros passaram então a pôr em dúvida a posição de Hoffmann-Harnisch. Devido provavelmente à falta de dinheiro, os planos de Hoffmann-Harnisch permaneceram no âmbito da fantasia. Somente a atividade teatral obteve êxito. Quando Hoffmann-Harnisch percebeu, que não poderia realizar seus planos, preparou sua volta à Alemanha. Em 1951 voou com seu filho para Zurique, passando por Recife, Lisboa e Paris e de lá para Berlim. Fonte: Izabela Maria Furtado Kestler, Exílio e Literatura, São Paulo: Edusp, 2003. ![]() |