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![]() Boese, Henrique ![]() Pintor, violinista Berlim, 1897 - São Paulo, 1982 No Brasil, de 1939 a 1982 Nasceu em Berlim, sendo de descendência austríaca-alemã. Seu pai Konrad Boese era mestre de pintura e discípulo de Kaethe Kollwitz. Participou aos 18 anos da I Guerra Mundial e viajou à Palestina em 1916, experiência que influenciaria, posteriormente, sua pintura. Em 1919 estudou na Academia de Belas Artes de Berlim. Em 1938 casou-se com uma brasileira estudante de Medicina na Alemanha e, no ano seguinte, radicou-se no Rio de Janeiro. Tem seu nome ligado ao Expressionismo Abstrato, voltado para o Informalismo. Considerado um "artista da cor", transferiu para a produção artística a sua sensibilidade pelos tons subtropicais da natureza brasileira. Em 1947 realizou sua primeira exposição individual no Brasil, no IAB do Rio de Janeiro. A carreira brasileira de Boese se desenvolveu numa época em que a glória era privilégio de muito poucos, dos nomes heróicos do modernismo - como Tarsila e Di - ou de novas estrelas bem produzidas, como Portinari. O espaço crítico era mínimo, e o de mercado era nenhum, para um estrangeiro que, ademais, nunca aderiu a nenhuma das vanguardas, não pertenceu a qualquer grupo, e, num momento decisivo - o começo dos anos 50 -, nem estava nos centros onde os acontecimentos eclodiam. Em 51, Boese viajara para a Europa, e em 52, de volta ao Brasil, se instalara em pequenas cidades paulistas: Ubatuba, Caraguatatuba, Monteiro Lobato. Só em 55 fixava de vez residência em São Paulo. Se tivesse, nesse instante, entrado por exemplo para o movimento concretista, teria se transformado num nome exponencial. Mas nada mais distante de sua sensibilidade delicada que a rigidez e o furor teorizante do concretismo. Fiel consigo mesmo - e, neste ponto, resistentemente defasado do entono -, fazia pintura figurativa, tecnicamente correta e moderadamente talentosa. Só em em fins dos anos 50, começo dos 60, a pintura de Boese atingiu a abstração e com ela descobriu sua potencialidade qualitativa. Nem foi um estalo de Vieira, nem uma evolução progressiva e trabalhada. Não foi, também, uma ruptura. Na abstração de Boese sobreviveu sempre um perfume reminiscente da figura, e ele mesmo afirmou: ´Para mim, na verdade, não é importante se um quadro é figurativo ou abstrato. Ele tem de ser um testemunho, uma manifestação, uma mensagem´ (...)." Henrique Boese faleceu em São Paulo, em 1982. Fonte: Dianaluz da Costa Leme Corrêa, A contribuição no campo das artes plásticas dos refugiados alemães no Brasil. ![]() |