CANTO DOS EXILADOS
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Agache, Hubert Donat Alfred

Arquiteto e urbanista Tours, 24.02. 1875 – Rio de Janeiro, 1959 No Brasil, de 1939 a 1959
O arquiteto francês Donat Alfred Agache conhecia Stefan Zweig. Diferentemente da maioria dos amigos de Zweig, não era da área artística. Cientista e sociólogo, foi um dos primeiros a definir o urbanismo enquanto filosofia social, o que talvez explica sua proximidade com Zweig. Conhecia as cidades do mundo inteiro e amava o Rio de Janeiro, principalmente a Praça Paris, baseada em projeto de sua autoria. Agache nasceu no dia 24 de fevereiro de 1875 em Tours numa família burguesa industrial relativamente próspera. Por parte de mãe, tinha descendência alemã. O pai, cuja família era de família tradicional na indústria têxtil, escolhera uma trajetória artística e trabalhava como pintor e músico. Agache terminou seus estudos de Arquitetura em 1905 na École des Beaux-Arts em Paris. Estudou ainda Sociologia no Collège Libre des Sciences Sociales, onde travou conhecimento com as ideias de Émile Durkheim. Cofundador da Société Française des Urbanistes e secretário-geral do Musée social, Agache participu dos primeiros debates sobre a definição do urbanismo e a reconstrução de diversas cidades destruída durante a Primeira Guerra Mundial e projetou, entre outros, os planos.mestres das cidades de Novo Guyaquil no Equador e Canberra na Austrália. Os projetos de Agache eram cheios de ideais sociais como saneamento básico, criação das condições sociais e morais básicas para uma vida digna e a luta contra a especulação e os excessos da propriedade privada. Agache viajou para o Brasil pela primeira vez em 1927. Em 1930, voltou para o Rio de Janeiro, a fim de participar da remodelacao da cidade sob direcao de Antônio Prado Jr. Voltou em 1939 como consultor de projetos urbanísticos em Curitiba, São Paulo (Interlagos) e Petrópolis e morou durante duas décadas no bairro carioca da Glória, perto da famosa Praça Paris, que ele projetara. Morreu pouco depois da sua volta para Paris, em 1959.
Fonte principal: Morte no paraíso (Alberto Dines).
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